sábado, 30 de julho de 2011

Aprendendo a ser mãe

Certa vez li um texto que falava sobre maternidade. Dizia que nenhuma mulher nasce mãe. Que ser mãe é um aprendizado diário.
Verdade.
Até ter nossa cria nos braços, somos nada. Somos ninguém. Pobres ignorantes em busca de fórmulas e conselhos para ser a melhor mãe do mundo.
Claro, que antes de sermos mãe, a nossa "madrecita" é sempre a melhor do mundo.
Não tem mãe igual. Assim como não existem filhos iguais.
Isto é fato!

A chegada ao quarto do hospital junto com Alice foi um momento emocionalmente confuso.
Sim...confuso.
Primeiro eu estava exausta. Depois de tamanho "banho" de adrenalina e a anestesia não me deixaram ficar lúcida nas primeiras horas pós parto.
Lembro que tinha minha família, meu marido, a família do marido....mas não vi todo mundo.Tava lesa.
Lembro que escutava Alice chorar sem parar e todo mundo achando aquele berreiro lindo....e eu agoniada sem poder me levantar pra nada.
Lembro que estava exausta...mas não queria dormir. Queria ficar lambendo minha menininha assustada.

Minha mãe trouxe Alice pro meu peito.
Momento desengonçado esse.
Eu deitada de barriga pra cima, soro no braço, sem sentir nada da cintura pra baixo e a gente arrumando um jeitinho de dar peitinho pra minha cria amada.
Ela faminta. E mesmo só com aquele pouco leitinho, ela se contentava.
Aos poucos, e ela sugando sempre, o leite chegaria com fartura....
Eu olhava todos os seus detalhes. Roçava meu rosto naquela cabeleira pretinha e macia. Cheirava aquela pele tão perfumada....meu Deus, que milagre da vida!

Nossa primeira noite foi ela dormindo em cima de mim.
Meu pai e marido estavam cuidando da gente.
Marido ainda caindo a ficha de que era pai. Tão feliz, ainda tinha receio de pegá-la no colo.
Meu pai amado, mais pai do que nunca, era um avô muito cuidadoso e experiente. Era o faz-tudo naquela noite..que noite...

Confesso que foi engraçado vê-los trocando a primeira fralda dela....Marido tentando entender o "desing" da fralda e meu pai limpando o bumbunzinho da neném que chorava loucamente. Ficaram tentando entender "como isso se prende"... marido, que adora ler "manuais", correu pra ler as "instruções de uso", no pacote de fraldas.

Dia seguinte, cheia de dores, chegou a hora de "levantar pra banho".
Tava louuuuca por um banho!!!!
Sem soro, sem sonda, já sentindo as pernocas...era só ir pro banheiro!
Né?

Olha, tem gente que levanta numa boa um dia após ter a barriga cortada, mas não foi meu caso... a dor era de morte! Ave Maria!!!!
Enfermeira atenciosa, respeitou meu limite (que era bemmm limitado - confesso) e aos poucos, ela e marido me levaram ao banheiro onde desmaiei umas duas vezes.
Era dor. Era medo da cirurgia abrir ali. E parecia que meus órgãos estavam todos soltos na barriga!
Homi,pulamordedeus!!!!!!! Ahhhh como eu queria ter tido parto normal!

E assim é a vida....nunca imaginamos o que há por vir no momento seguinte...
Lá estava eu, aprendendo a ser mãe e pra isso precisaria também aprender a cuidar bem de mim....

Nenhum comentário:

Postar um comentário